Neste ano, na semana do Dia da Consciência Negra, entre os dias 13 e 20 de novembro, nossa escola será invadida por cartazes com essa pergunta: Do you know who that girl is?
A ideia é criar curiosidade em nossos alunos e despertar para o Dia Nacional da Consciência Negra – 20 de novembro – como um dia em que devemos refletir e pensar sobre como pessoas comuns podem mudar a sua história, e a história da humanidade, a partir de pequenos gestos e ações que impactam a sua comunidade e o mundo. É assim com ações sobre sustentabilidade e meio ambiente, ações sobre direitos civis, ações contra o racismo.
E você, professor, sabe quem é essa garota?
Em 1960, a pequena Ruby Nell Bridges Hall, mais conhecida como Ruby Bridges, aos seis anos de idade, se torna a primeira criança negra autorizada a estudar em uma escola primária exclusiva para pessoas de cor branca, no estado americano da Louisiana.
De início, foram seis os aprovados nos testes para estudar na William Frantz Elementary School, mas os demais ficaram com medo e apenas Ruby enfrentou a questão, mesmo desagradando seus pais. Ia sozinha para a escola e sofria ameaças tão diretas que o presidente dos Estados Unidos à época, Dwight D. Eisenhower, destacou escolta policial dos U.S. Marshals para protegê-la.
Quando foi à aula, em seu primeiro dia na nova escola, todos os professores se recusaram a lhe dar aulas e os pais removeram os filhos, o caos se instalou e, na verdade, Ruby só teve aulas no dia seguinte, quando a professora Barbara Henry passou a ensiná-la.
Além de ser escoltada por agentes federais de casa para escola e vice versa, seu lanche era separado das demais crianças, pois havia uma real ameaça de envenenamento contra a menina. Sua família foi perseguida, o pai e os avós que trabalhavam em uma fazenda perderam os empregos.
Mas nem tudo foi segregação. Alguns pais se recusaram a retirar seus filhos da escola e Ruby passou a ter colegas de classe, pessoas escoltavam a escolta policial para garantir sua segurança e ofertaram ao seu pai um novo emprego.
Em 2001, o presidente Bill Clinton laureou Ruby com a Presidential Citizens Medal. Em 2005, ela perdeu sua casa com a passagem do furacão Katrina.
Em 2011, o presidente Barack Obama teve a honra de conhecer Ruby Bridges, na inauguração de uma pintura em sua homenagem, e disse a ela em agradecimento: “Eu acho que é justo dizer que, se não fosse por você, eu poderia não estar aqui e nós não estaríamos olhando para isso juntos”.
Em 2014, uma estátua de Bridges foi erguida no pátio do William Frantz Elementary School. A escola que frequentou apenas por sua força de vontade.
Gratidão, Ruby, por sua coragem e determinação e abrir o caminho para que o racismo não tenha espaço em nosso mundo!
Professor, compartilhe essa história com seus alunos, incentive pesquisas sobre a vida desta ativista e outros, compartilhe entrevistas dela (e sobre ela) em português e inglês e explore com seus alunos o que nossas pequenas e corajosas ações podem representar no futuro!
*Atividade e texto enviados por Alessandra Cardelli, gestora educacional do Colégio Renovatus, de Campinas (SP).