Poucos títulos poderiam ser tão abrangentes quanto esse, já que a diversidade é, de fato, um elemento essencial e transversal às mais variadas dimensões da vida, humana ou não. Há tantas perspectivas para abordarmos esse tema, indo da biologia à cultura, mas, hoje, a que nós escolhemos é a da educação. Mais precisamente a da diversidade como valor latente no contexto da escola e de sua comunidade.
Para compreender o conceito de diversidade é preciso, por diferentes caminhos, desfazer-se da ideia de que existe um conjunto de características humanas que podem ser guardadas em uma caixinha chamada “normal”; que exista um “padrão”. Ainda que tenhamos traços que possam ser agrupados – da altura à idade ou qualquer outro dado que possa ser quantificado – é preciso fazer um esforço consciente e constante de que cada indivíduo é único, como a palavra já indica. Somos frutos de um acúmulo ímpar de experiências que culminam em reflexos visíveis e não visíveis.
Quando vivenciamos essa maneira de olhar o mundo, somos capazes de abrir espaço para o que é diferente, exercendo a curiosidade e a empatia para darmos vida à uma comunidade que é favorável à soma, não à exclusão. Em outras palavras: ganhamos a habilidade de incluir o que antes era repelido simplesmente por não fazer parte de alguma ideia de padronização, de normalidade. Em um país continental como o Brasil, conquistar esse olhar genuíno para a diversidade é algo mais que urgente.
Nesse cenário, a escola pode funcionar como um verdadeiro catalisador de discussões e evoluções socioculturais, uma vez que tem o poder de mobilizar não só os alunos, mas, também, as famílias, os colaboradores, os moradores do entorno e muitos outros interlocutores. Trata-se de uma tarefa fácil? Não, com toda certeza é algo que vai demandar muito tempo e energia! Afinal, abrir-se para o que é diferente de nós exige acesso a informação de qualidade, diálogo, renúncia de preconceitos e revisão constante de nossas práticas.
Cada vez mais temos notícias de iniciativas que estão mudando a relação das comunidades escolares com pautas importantes para o país e o mundo. Há diferentes escolas que têm mantido, por exemplo, clubes de leitura e encontros virtuais para falarem sobre assuntos como feminismo e caminhos para o combate ao racismo estrutural. atividades que vão proporcionar experiências significativas para promover o respeito às diversidades culturais, religiosas, étnicas, raciais, sexuais e de gênero como prática formativa para o desenvolvimento dos alunos.
“Quando a escola exerce esse papel de reunir as pessoas que formam a sua comunidade para conversar, o resultado é sempre muito positivo, independentemente do assunto. Melhor ainda quando se trata de tópicos que vão criar uma sociedade mais justa e pautada na equidade. Em meio a tantos estímulos e informações sem qualquer lastro com a realidade, promover o debate e estimular o pensamento que enaltece a diversidade e gera a inclusão é tão importante quanto a grade curricular. Afinal, isso tem tudo a ver com cidadania”, comenta Leonardo Rabelo, Gerente de Serviços Educacionais da Santillana Educação.