Apesar de já ser uma proposta conhecida há algum tempo, o ensino híbrido se tornou uma realidade, de fato, a partir das soluções encontradas pelas instituições de ensino para driblar a necessidade de isolamento social criada a partir da pandemia. E foi graças a essa estratégia que o ciclo de aprendizagem dos alunos não foi totalmente interrompido, permitindo adequar a agenda à flexibilização ou à restrição que acompanhamos nos diferentes estágios da pandemia ao longo dos últimos três anos.
Para quem não tem familiaridade com a modalidade, podemos dizer que, basicamente, o ensino híbrido é um método que combina, em diferentes proporcionalidades, as aulas presenciais e as dinâmicas mediadas por tecnologias que garantem conectividade, acesso a conteúdos online e personalização.
“As atividades educacionais híbridas podem contemplar a interação de atividades presenciais e não presenciais entre estudantes e docentes na própria instituição, bem como práticas remotas e diversificadas atividades de aprendizado vinculadas às respectivas Diretrizes Curriculares Nacionais.” – Diretrizes Gerais Sobre Aprendizagem Híbrida, Ministério da Educação – MEC. Sim, neste caso, o uso da tecnologia é imprescindível: tanto para que os alunos tenham acesso a materiais que estão disponibilizados na internet e a conteúdos oferecidos pela escola quanto para que a comunicação entre estudantes e professores seja mantida.
De acordo com um levantamento realizado pela Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), com apoio do Unicef (do Fundo das Nações Unidas para a Infância), em 2021, o blended learning – aprendizagem híbrida, em inglês – continuou sendo muito utilizado mesmo após a volta dos estudantes para a sala de aula. A pesquisa abordou 2.851 municípios, totalizando cerca de 12 milhões de estudantes e concluiu, entre outras coisas, que:
- 52,7% das redes administradas por prefeituras adotaram aulas remotas e presenciais para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais.
- 53% das redes administradas por prefeituras adotam aulas remotas e presenciais para o Ensino Fundamental – Anos Finais.
Mas, afinal, quais são as vantagens dessa proposta? Vamos conhecer as principais!
1- Metodologias de aprendizagem
Utilizando a tecnologia como ferramenta de ensino, metodologias ativas como a gamificação, sala de aula invertida e trilhas de aprendizagem podem ser trabalhadas com efetividade. Além disso, é possível personalizar a plataforma utilizada para apresentar os conteúdos de acordo com o perfil e a dificuldade apresentada por cada estudante.
2- Acompanhamento, feedback e otimização
Graças às plataformas atuais, os professores otimizam diferentes tarefas do seu cotidiano. Com os sistemas à disposição das escolas, os docentes conseguem ter acesso, por exemplo, ao número de atividades entregues por cada aluno, verificar suas fragilidades com mais transparência, acompanhar precisamente cada estudante, corrigir e avaliar atividades por meio de um fluxo ágil e, ainda, realizar feedbacks mais assertivos.
3- Letramento digital
Utilizar a tecnologia na educação vai além de ampliar os caminhos para a boa circulação da informação. Estamos falando de uma ótima maneira de construir conhecimento e preparar os alunos para o futuro! Segundo a BNCC, o letramento digital é de extrema importância: “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.” (BNCC, 2018)
É muito importante dizer que o ensino híbrido oferece uma vantagem extraordinária para os alunos: a autonomia! Isso acontece porque, de diferentes maneiras, os alunos são convidados a se tornarem os verdadeiros protagonistas de suas jornadas de aprendizagem. Com a combinação entre o remoto e o presencial, as crianças e os adolescentes são capazes de ter mais controle de suas tarefas, incluindo a capacidade de organização e planejamento em relação às outras demandas de suas vidas, criando uma relação mais saudável entre responsabilidades e diversão.
É possível revisar o conteúdo apresentado em sala de aula e até mesmo explorar a matéria por outros meios: fazendo uso de livros que oferecem experiências imersivas, vídeos, artigos e muitas outras possibilidades. Sabemos que não há uma fórmula capaz de fazer com que todos aprendam da mesma maneira já que isso entra em contradição com a própria ideia de individualidade, tão importante para a formação de seres física e mentalmente saudáveis. Sendo assim, o ensino híbrido possibilita que os estudantes mergulhem no assunto de forma independente para que o conteúdo seja assimilado do melhor modo possível e de acordo com o seu perfil de aprendizagem.
Por último, mas não menos importante, as plataformas digitais oferecidas pelas escolas disponibilizam chats, fóruns e salas virtuais para que os alunos possam manter contato com os demais estudantes e com os professores, que passam a ocupar os papéis de curadores e de tutores. Por mais simples que pareça, estamos falando de um recurso que favorece o surgimento e a manutenção das trocas que, com o tempo, tornam-se cada vez mais vivas e menos dependentes dos professores.
Recorrendo mais uma vez à BNCC, entendemos que a autonomia deve ser trabalhada durante todos os anos escolares, tendo especial importância quando pensamos no Ensino Médio, na contemporaneidade e no futuro. Prevendo que o mercado de trabalho exija, cada vez mais, um perfil ativo, crítico e independente, os estudantes podem começar a trabalhar essas habilidades dentro das organizações escolares e, com o ensino híbrido, essa meta pode ser muito mais atingível.
Nas páginas 467 e 468 da norma da BNCC, a diretriz apresenta de forma assertiva a importância de trabalhar a autonomia com os adolescentes visando o futuro. Confira:
“Garantir o protagonismo dos estudantes em sua aprendizagem e o desenvolvimento de suas capacidades de abstração, reflexão, interpretação, proposição e ação, essenciais à sua autonomia pessoal, profissional, intelectual e política.”
“Essas experiências, como apontado, favorecem a preparação básica para o trabalho e a cidadania, o que não significa a profissionalização precoce ou precária dos jovens ou o atendimento das necessidades imediatas do mercado de trabalho. Ao contrário, supõe o desenvolvimento de competências que possibilitem aos estudantes inserir-se de forma ativa, crítica, criativa e responsável em um mundo do trabalho cada vez mais complexo e imprevisível, criando possibilidades para viabilizar seu projeto de vida e continuar aprendendo, de modo a ser capazes de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores.”
Para fechar, tome nota: o ensino híbrido é uma tendência e uma incrível estratégia para 2023! Então, compartilhe com a gente como a sua escola irá trabalhar esse tema no próximo ano. Conte com UNOi para que essa estratégia seja desenvolvida dentro e fora da sua sala de aula.